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Música Ambiente – Parte III - MÚSICA AO VIVO



Nesta terceira parte da série sobre Musica em restaurantes e bares, trazemos algumas dicas com relação a contratação, venda e outros aspectos relacionados à música ao vivo!
Já estive dos dois lados, como contratante e contratado, e é muito fácil observarmos falhas graves na relação. Ao decidir colocar uma atração musical em seu estabelecimento, alguns fatores devemos colocar em consideração. Constatar a real necessidade através do perfil da casa, de solicitações de clientes ou de ideologia de fomentar a classe artística.
 Você precisa estar ciente que não é só colocar a placa “MÚSICA AO VIVO” na fachada.  É preciso saber se o espaço é adequado, se a legislação municipal concede o alvará para o funcionamento de música ao vivo onde está localizado, se é necessário tratamento acústico na estrutura, se a vizinhança é compreensiva, se na região existe uma quantidade importante de artistas que se encaixam nos padrões da casa e qual o valor médio dos cachês dos mesmos.
Negociações
Existem vários tipos de negociações. As principais são:
- Por cachê fechado – quando é preestabelecido um valor e, independentemente da quantidade de pessoas na casa, o artista recebe aquele valor antes ou depois da apresentação, dependendo do combinado;
- Por couvert artístico – quanto se estabelece um valor por pessoa a ser lançado na conta da mesa, valor esse, normalmente, dentro dos padrões da casa (a não ser que seja uma atração com uma projeção maior, tudo depende da negociação).
O repasse desse custo para os clientes é discutível. Presenciei situações de constrangimento por algumas vezes vendo discussões entre cliente e garçom sobre a cobrança tipo: “cheguei já no final da apresentação”, “de onde estou nem dá pra ouvir direito!” e até “por que vou pagar se o cantor nem veio?”, sendo que era uma apresentação de música instrumental. Pasmem!
Então sou partidário de que esse custo já deve estar embutido nos valores do cardápio e a negociação se limitar entre contratante e contratado, músico e casa. Mas é minha opinião, em vários estabelecimentos o sistema de cobrança de couvert funciona perfeitamente há anos.
Respeito ao artista
Não acho ético discutir o valor cobrado pelo mesmo. Pode-se aceitar ou não, mas falar que o trabalho não vale o que esta sendo cobrado é feio. Não sabemos o que foi investido ou o que o artista passou pra chegar até ali. Complicado. Agradecer e explicar que o valor está fora do que foi estabelecido no planejamento fica melhor.
Para contratar é muito importante conhecer o trabalho, ver o que tem publicado na internet, ouvir alguma gravação, saber pra quem você está cedendo o espaço. Essas informações farão a diferença quando a apresentação estiver marcada.
Venda
Estando contratado é preciso vender a atração ou a programação como qualquer outro produto (no melhor sentido da comparação) e os atendentes precisam estar preparados para isso. Essas informações devem ser multiplicadas para a equipe e eles devem entusiasmar os clientes quando consultados. Tanto quanto o anúncio na fachada: o que te deixa mais interessado? “HOJE MÚSICA AO VIVO” ou “HOJE FULANO DE TAL COM O MELHOR DA MPB E POP ROCK (OU O ESTILO QUE FOR)”. Mesmo que o estilo não seja o preferido da pessoa, é melhor ela desistir antes do que se surpreender negativamente e sair com uma impressão ruim da casa sem consumir nada, certo?
Estrutura
A montagem do equipamento também é muito importante. Pode ser que a casa tenha uma estrutura de palco, som e iluminação ou alguns artistas dispõem desse tipo de material e levam incluindo o valor da locação do equipamento no cachê.
É muito importante que as caixas de som não fiquem na altura da cabeça das pessoas. Isso atrapalha as conversas e limita o alcance do som, exigindo muito volume para ter som em todo o ambiente. Quanto mais no alto for colocada a caixa, mais longe o som alcança sem precisar forçar o volume. Já presenciei situações em que, com a casa cheia, pessoas na espera, ficaram várias mesas desocupadas em frente ao “palco” porque a caixa de som ficaria praticamente na orelha de quem sentasse ali. Impossível fazer uma refeição ou se comunicar nessa situação.
se pretende colocar esse tipo de estrutura em seu estabelecimento, muito cuidado. Normalmente os comerciantes são leigos no assunto. Vendedores e projetistas de lojas de equipamentos se aproveitam oferecendo mais do que o necessário ou produtos com preços altos e qualidade inferior, que não atenderão às necessidades por muito tempo. Para isso, procure uma assessoria de um amigo que entenda ou de profissionais que não tenham vínculo com a loja - nós, da PhiX CONSULTORIA, estamos prontos para te atender.
Cadastro de artistas
Fazendo um trabalho correto e dando resultado positivo, tanto para casa, quanto para os artistas, é bem provável que muitos músicos comecem a entrar em contato para apresentar seu trabalho (chamávamos de a turma do “XOTOCAKÍ” rsrs). É muito importante saber filtrar e cadastrar os que julgar com um trabalho que pode ser interessante para a casa. Se a casa não tiver um gerente artístico, um funcionário do administrativo que fica na casa durante o dia e o gerente, durante o funcionamento, devem estar orientados e com acesso à lista de cadastro. Mesmo que naquele momento não seja oportuno, ter uma lista eclética pode abrir possibilidades para eventos temáticos, por exemplo. Uma apresentação ao vivo pode ser um diferencial em uma noite italiana, árabe, flashback ou um grupo de samba/chorinho para a feijoada de sábado.
Encontrando a necessidade e encarando a música como um diferencial, como algo que vai trazer mais clientes e encantar e diverti-los, pode-se agregar muito à casa. O respeito pelo artista e pelo seu trabalho, considerando tudo que ele passou para chegar até ali, desde seu preparo e estudo até o deslocamento e o tempo fora de casa e da família para se dedicar ao que ama é muito importante, assim como acompanhar o processo de seleção observando no artista, além do talento, a postura correta, cumprimento de horários e de tudo combinado na contratação.
- Fazer testes com uma apresentação em um dia de menor movimento ou uma “canja” quando tiver alguém se apresentando na casa, pode ser uma forma de conhecer melhor o trabalho ao vivo.
Estabelecer um contrato por curta temporada é muito importante. Previne que o artista o deixe na mão em troca de um cachê maior em outra casa ou evento, possibilita um tempo hábil para divulgação, permite variar a programação alternando artistas entre as temporadas e facilita o desligamento caso o trabalho não esteja se adequando às propostas do estabelecimento.
No próximo texto da séria sintetizaremos os pontos a serem observados para facilitar a relação de restaurante com a música ambiente!!
Thiago Sestini
Consultor da PhiX Consultoria
Tel: +55 (19) 9 8287 4250

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